terça-feira, 21 de maio de 2013

COMO IMPLEMENTAR A ACESSIBILIDADE UNIVERSAL

     A acessibilidade universal pressupõe que veículos e infra-estrutura urbana sejam produzidos levando em conta toda a diversidade existentes e não apenas um modelo padrão de ser humano: não se pode excluir ou discriminar as pessoas por terem características físicas distintas desse padrão.
 
O Brasil avançou bastante neste aspecto legais, quantos aos direitos das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. É preciso que esse avanços se tornem realidade e beneficiem a todos.Para isso foram a provados as leis Nº . 10.048/00 e Nº . 10.048/00, e o  decreto presidencial Nº. 5296/04,além da promulgação do decreto legislativo que aprova o texto da convenção da Organização das Nações Unidas( ONU)sobre os direitos da Pessoa com Deficiência e de seu protocolo facultativo. Com  esses instrumentos , o ministério Publico e a sociedade podem exigir que o transporte público , as calçadas ,o acesso a prédios públicos,shopping, terminais ,pontos de paradas, etc. sejam acessíveis. Essa conquista atinge a todos e principalmente dá qualidade à mobilidade em geral, pois garante que os veículos e calçadas tenham a qualidade há muito reivindicada.

Por Jamila Carvalho

CIDADÃO NO TRÂNSITO


Programa de Educação para o Trânsito nas Escolas da Educação Infantil ao 2º grau da Cidade de Salvador.

O projeto traz o assunto “trânsito” para a sala de aula, através da formação de professores. O objetivo é formar agentes multiplicadores, criando uma consciência em relação ao trânsito, através do respeito aos direitos de ir e vir com segurança, contribuindo para que professores alunos e seus familiares não venham a ser vítimas ou vitimadores da violência no trânsito.

A proposta dos Parâmetros Curriculares abre espaço para que este assunto seja trabalhado em todas as disciplinas e, sirva como suporte para aprendizagem dos conteúdos específicos em consonância com a formação e desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo. Assim, como prevê os Parâmetros Curriculares, a Educação para o Trânsito trata de temáticas que enfocam o desenvolvimento das potencialidades do indivíduo, tais como, àquelas relacionadas com a capacidade cognitiva, física, afetiva, relação pessoal, ética etc.

Transalvador - Superintendência de transito e transporte de Salvador.
Informações pelo tel.: 3324-8651.

PROBLEMAS NO TRANSITO MODIFICAM COMPORTAMENTOS

  Com uma frota superior a 700 mil veículos - número que cresce a cada dia-, Salvador está hoje literalmente " travada" em muitos trechos, com engarrafamentos em diversos pontos e horários do dia.
   Isso acontece pelo comportamento individualista do ser humano, que opta em enfrentar o engarrafamento dentro do seu carro do seu mundo egoísta. Mas, há alguns cidadãos que contribuem para diminuir os engarrafamentos utilizando se de bike, rodízio de carro, buzu, paleta quando mora próximo. Tudo isso contribui para diminuir os engarrafamentos, já que o número de carros em circulação fica menor.
 
No dia 22 de setembro ,milhões de pessoas ao redor do mundo comemoram o dia mundial sem carro, num exercício de reflexão sobre a dependência e o uso irracional dos automóveis em nossa sociedade. As vantagens da troca são inúmeras: economia de dinheiro e combustível; menor desgaste do veiculo; maior conforto no trajeto( o tempo usado para dirigir pode ser usado para outra atividade, como ler, conversar, acessar o computador, telefonar com segurança etc.)

Por Jamila Carvalho

quinta-feira, 16 de maio de 2013

MOBILIDADE URBANA E A ÉTICA.


      A mobilidade Urbana transcende a movimentação de pessoas, bens e serviços onde o ponto forte da questão, está sendo discutida entre os intelectuais e profissionais dos mais diversos segmentos que discorrem sobre os problemas que o transito vêm acumulando e como à ética esta sendo aplicada.E compreensível que, o aumento de frotas de veículos, ruas esburacadas e transito intenso nos faz agir erroneamente ferindo o direito de outrem, de certa forma pondo de lado o argumento do bom senso, que vai além da capacidade de discernir o certo do errado, mas sim de agir e interagir, obedecendo a certos parâmetros da normalidade que são as leis de transito que auxiliam na aplicação da ética e da sua mobilidade.
      Mobilidade é convívio social: "De que adiantarão ruas espaçosas, cruzamentos e vias sem congestionamentos, se a isso não agregarmos atitude voltada ao deslocamento e movimentação sociabilizada”. O cidadão precisa atuar em defesa do bem comum, e isso, que está ligando à ética e a mobilidade. Movimentar é uma necessidade de cada pessoa e isso deve ocorrer, de modo que todos os envolvidos estejam satisfeitos, quanto a seus objetivos.
      Então, e de direito que empresas de bens e serviços, o cidadão, o estudante, o aposentado, enfim esses contingentes  tenha o direito de circular e de se mover e sabemos que há uma grande dificuldade para se resolver essa questão e junto a ela vêm insatisfação e a falta de ética onde as condutas inadequadas, incorretas e desrespeitosas tomaram conta desse segmento.Ética são atitudes e posições cotidianas no sentido de respeito às regras. No transito podemos citar como exemplo: comos os motoqueiros hoje são campeões na falta de ética no trânsito. Ultrapassam indevida, atitudes violetas e o exibicionismo antiético. Outro exemplo de falta de ética é a cidadão, observamos que  na condição de pedestre, o cidadão fica mas exposto em relação ao transito e a urbanização, como por exemplo calçadas danificadas, sinalização adequada, iluminação segurança etc.
 
     Mas, mesmo os locais com sinalização os pedestres temam em não seguir a lei, o bom senso e a ética e se arriscam em atravessar em locais inapropriados. A faixa de pedestre e um refúgio que dá ao cidadão segurança caso alguma eventualidade ocorra,  sendo que  o mesmo seja  usado  corretamente. Em alguns casos o pedestre não respeita a sua própria condição de cidadão e que tem deveres a serem cumpridos perante o próprio bem estar e a convivência social entre transito e mobilidade. Proponho em deixarmos de lado o individualismo das grandes metrópoles e voltarmos para o convívio social mais humano.
 
 
 
Fonte: Casa da Juventude

Por Jamila Carvalho
 

MOBILIDADE URBANA E QUALIDADE DE VIDA


         Se somarmos outras fontes de financiamentos, os investimentos públicos em sistemas de ônibus chegam a R$ 12,5 bilhões até 2016, o que exigirá participação do setor privado da ordem de R$ 8,4 bilhões: R$ 6,3 bilhões em veículos especiais para BRT e para operação em corredores; e R$ 2,1 bilhões em sistemas inteligentes de transporte (ITS), controlados por GPS. Esses montantes aplicados nos sistemas de ônibus urbanos, que há mais de duas décadas não eram contemplados com verbas federais, deveram representar um verdadeiro salto de qualidade para os serviços, o que contribuirá, sem dúvida, para a solução da crise de mobilidade urbana que afeta nossas cidades.

         Devido à falta de investimentos na infraestrutura de transportes coletivos e do aumento vertiginoso da frota de automóveis, aliado à ascensão social da população brasileira, levou os usuários dos transportes coletivos a optar cada vez mais pelo transporte individual, gerando um círculo vicioso com o aumento de congestionamentos e queda de qualidade no atendimento ao cidadão.

        Está claro que a solução para a crise de mobilidade urbana passa obrigatoriamente pela requalificação dos transportes públicos. A oferta de transporte coletivo qualificado permitirá alcançar mudanças significativas na matriz modal de viagens. Vontade política e a definição de um orçamento para o setor são os primeiros passos para resolver esses problemas, causados por décadas de descaso. Medidas simples, como priorizar o transporte coletivo no sistema viário, aliadas à desoneração dos custos do transporte público, são capazes de contribuir para superar a crise de mobilidade urbana  desestimulando assim  o transporte individual.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

BRT "TREM SOBRE RODAS"

                As letras que compõem a sigla BRT são as iniciais da nominação inglesa Bus Rapid Transit que, literalmente, significa: ônibus que circula rapidamente. Numa tradução mais livre e oportuna, o BRT é um sistema urbano de ônibus espaçosos, bi ou triarticulados, que trafegam em corredores exclusivos e interligados. Trata-se, de fato, de uma moderna modalidade de transporte de massa, em operação em mais de 120 grandes cidades do planeta com resultados mais que satisfatórios e aprovação da população usuária são veículos de grande capacidade, com 160 a 270 lugares, portas duplas e largas à esquerda e direita. Além disso, a cobrança prévia da passagem é feita em guichês externos. O BRT circula em canaletas e faz paradas em estações com piso elevado, garantindo e facilitando o acesso a todos - inclusive cadeirantes, idosos e crianças.
      Tudo isso torna o BRT rápido, eficiente, confortável e seguro. A opção pela implantação do BRT em Salvador surgiu da necessidade de implantar um transporte de massa eficiente, rápido e livre de engarrafamentos, graças às linhas exclusivas  e segregadas com barreiras físicas.  Além disso, é um sistema que permite a integração com ramais alimentadores operados por ônibus de menor porte. Diferentemente do metrô e outras tecnologias importadas, o BRT não tem muito mistério, é uma tecnologia já testada e aprovada e, o mais importante de tudo, de origem brasileira.
 
 

      A mudança para um novo e eficiente sistema de transporte urbano de alta capacidade é um salto para a modernidade, um outro nível de conceito, de civilização, uma reciclagem de comportamento, uma nova urbanidade. Uma cidade inserida no futuro, integrada ao século XXI. A implantação do sistema BRT em Salvador e Região  metropolitana é um salto significativo nesse sentido.
     Benefícios do sistema:

  • Acessibilidade para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida;
  • Ônibus e estações climatizados, dando mais conforto aos usuários;
  • Menor tempo de viagem, eliminação dos engarrafamentos para veículos do sistema com as vias exclusivas de tráfego
  • Embarque e desembarque mais rápidos, Atração de novos passageiros com serviço de qualidade, o que provocará uma redução no uso de carros e motos, diminuindo a poluição.
  • Uso de ônibus articulados e biarticulados (160 a 270 lugares)
  • Logística Operacional com linhas Expressa, Semi-expressa e Paradora,segurança e conforto.
     Enfim,  percebemos que um eficiente sistema de transporte de massa urbano melhora a qualidade de vida da cidade e dos cidadãos: causa menos poluição, diminui o estresse diário. Transporte de qualidade e alta capacidade significa melhor qualidade de vida urbana e mais saúde para todos.   



 
Fonte: Blog Meu Transporte
 
 
 
Fontes: Mídia News
Por: Danila Miguez

MOBILIDADE URBANA E INCLUSÃO SOCIAL

 
As condições de mobilidade urbana no nosso país são precárias, pois não recebem atenção necessária do poder público, e muito menos os seus devidos recursos para o transporte público coletivo. Percebe-se que a política do país é arcaica, geram congestionamentos, a falta de conservação e principalmente de reformas e construções nas vias públicas geram prejuízos para nossas cidades, além de inviabilizar a circulação das pessoas.

Então diante de todos os fatos, o que é mobilidade urbana? Mobilidade urbana é a facilidade de deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano, tanto por meios motorizados ou não motorizados, ou seja, é a interação entre deslocamento de pessoas e bens com a cidade.
 
                 Percebo que a situação do espaço público é crítico, nossas calçadas perderam espaço físico para os carros e foram esquecidas como um meio de circulação de pessoas  si tornando uma verdadeira aventura utilizá-las, pois além da falta de conservação, grande parte delas foi transformada em acessos para os automóveis, criando obstáculos aos pedestres, principalmente para os deficientes físicos e visuais.
Nas grandes cidades, as principais vias de transportes, estão congestionadas e redes de metrô e ferrovia urbana muito abaixo da necessidade da população. A alegação que investir em redes estruturadas de transporte coletivo é cara e nosso país não tem condição de promover esses investimentos é falsa, pois a construção, além de requalificar as cidades, transforma em mais eficientes e diminui a exclusão social, dispõem  de sistemas de transportes públicos compatíveis com as necessidades das cidades e com a renda da população garante a movimentação das pessoas de forma rápida e eficiente, permite que às empresas nelas instaladas se tornem mais competitivas, formado um ciclo de desenvolvimento com geração de emprego e renda, qualidade de vida e inclusão social. 

A acessibilidade deve ser garantida para toda a sociedade, sem qualquer tipo de discriminação, a liberdade de ir e vir são direito garantido pela nossa Constituição Federal, é o principio que norteia a mobilidade urbana e deve ser exercida com autonomia e liberdade por todas as pessoas.

Por Carina Oliveira
 
 

A LEI, O BRASILEIRO E POSSÍVEIS SOLUÇÕES


O cidadão Brasileiro seja pedestre, ciclista, motociclista ou até mesmo carroceiro, tem uma dificuldade atávica no que diz respeito a obedecer à lei. Tudo se passa como se, no Brasil, não tivéssemos feito a necessária transição entre obedecer a pessoas e à lei, o que configura coisas muito diversas. Deste modo, a atitude geral e, devemos acentuar normal de todos os atores do trânsito, é a suposição de que os sinais e as faixas podem, e devem ser num dado limite e com certo risco, contornadas e evitadas, o que tem consequências geralmente fatais.

Em qualquer campanha seria preciso indicar com força e precisão o papel da lei como elemento nivelador e não hierarquizante, e o fato de que a lei não existe contra o cidadão a pé ou de bicicleta, mas a seu favor. Sobretudo no trânsito. A dificuldade de lidar com um mundo no qual ninguém sabe ou quer saber quem é o outro, que deve ser sempre superior ou inferior, jamais um igual. O encontro complicado, um dilema brasileiro, de um espaço público construído como igualitário, mas sobre o qual condutores de veículos e pedestres atuam com expectativas hierárquicas. Um palco desenhado para cidadãos que, entretanto, nele atuam como aristocratas. Entre a visão popular, segundo a qual obedecer é sinal de inferioridade, e a visão aristocrática ou de elite, para quem  desobedecer é uma rotina que define os superiores e mandões, reside a indecisão e a impunidade como valores fundamentais do sistema.

No Brasil, dependendo do sujeito, a lei entra em causa, colapso, suspensão e até mesmo esquecimento. O vamos ver é a dúvida do resultado final, qual seja: se o sujeito (por seu capital político ou social – exemplo: Thor batista, filho do bilionário eike batista, que em alta velocidade matou um ciclista e “não deu em nada”, Edmundo, que alcoolizado e em alta velocidade, matou 3 e feriu outras 3 pessoas. Foi condenado, porém não cumpriu sentença –)  vai englobar ou subordinar a lei em sua pessoa ou se vai ocorrer o contrário. Se foi um sujeito comum (isto é, uma pessoa sem amigos ou relações), temos uma expectativa; se foi um amigo do presidente da República, falamos o tal vamos ver para logo depois concluir o mais desanimador e conhecido: não vai dar em nada.  Não há brasileiro que não sabia que, na vida pública nacional, é possível se negar qualquer coisa, menos um pedido de um amigo.

A solução pela  severidade da lei, a resolução pela punição – rigorosa – dos infratores; o aumento das penas, a cassação da licença para dirigir etc. Tais fatores são importantes, mas todos os psicólogos que trabalharam a questão da obediência à lei verificaram que um dos elementos indispensáveis ao seu cumprimento não é o código em si, mas a sua aplicabilidade.

O Brasileiro abre a mão da obediência usando o conhecido argumento do se eu não fizer outro vai fazer; ou do se todos fazem, por que eu vou seguir a regra?, com as consequências que todos conhecemos. Além de ser rigoroso e ter regras firmes e multas pesadas, o Estado precisa divulgar as normas e discuti-las com a população para que os usuários as conheçam e assimilem. Isso requer um programa de educação para o trânsito que conscientize os condutores, fazendo com que o motorista seja consciente de suas responsabilidades, mas que também recicle o condutor e o obrigue a voltar ao Detran. Enfim, um programa que aumente o respeito dos motoristas para com os pedestres e que inclua o ensino da educação no trânsito já no nível pré-escolar.



 
Fontes: autoria do cartunista Alexandre Beck,




Referência.

A casa e a rua – Roberto DaMatta

Fé em Deus e pé na tábua – Roberto DaMatta

CIDADANIA NO BRASIL



Ser cidadão é algo que se aprende, e é algo demarcado por expectativas de comportamento singulares. No papel de cidadão, portanto, aprendo que devo ser universal e tenho de abandonar as complementaridades, contrastes e gradações que são elementos cruciais na definição de status social. Deixo de ser uma jovem universitária, deixo de ter um nome de família e uma cor; deixo de ser natural de um dado local geográfico e de ter determinada profissão. Acabo também com minhas predileções e singularidades para me tornar uma entidade geral, universal e abstrata, dotada de igualdade e dignidade. O papel social de indivíduo é uma identidade social e de caráter nivelador e igualitário. Essa seria sua característica ideal e normativa, de modo que, como cidadão, eu só clamo direitos iguais aos de todos os outros cidadãos. 

Ocorre que, no Brasil, a noção de cidadania sofre uma espécie de desvio, seja para baixo, seja para cima, que a impede de assumir integralmente seu significado político universalista e nivelador. Os processos históricos e culturais revelam um estado colonial que não operava a partir de agentes privados, mas de instituições e leis que ele mesmo criava como seus instrumentos de progresso, mudança e controle. Trata-se de um modo de organização burocrática, onde o todo predomina sempre sobre as partes e a hierarquia é fundamental para a definição do papel das instituições e dos indivíduos. Isso explicaria certamente o chamado “individualismo” brasileiro e latino-americano como uma modalidade de reação às leis do Estado colonizador, em oposição ao individualismo norte-americano, que é o criador de leis.

No Brasil, por contraste, a comunidade é necessariamente heterogênea, complementar e hierarquizada. Sua unidade básica não está baseada em indivíduos (ou cidadãos), mas em relações e pessoas, famílias e grupos de parentes e amigos.

O cidadão é uma entidade que está sujeita à lei, ao passo que a família e as teias de amizade, as redes de relações, que são altamente formalizadas política, ideológica e socialmente, são entidades rigorosamente fora da lei. Um milagre brasileiro permanente é, sem dúvida, o fato de que não há reflexão social sistemática sobre essas teias de amizade e solidariedade que, no mundo político, são a substância do noticiário político e dos comentários sociais dos chamados “colunistas”. Ou seja, não se acredita que a sociedade brasileira seja um sistema marcado por redes de relações pessoais que atuam de modo altamente formalizado e de modo instrumental, sem qualquer referência direta à posição econômica ou à convicção ideológica

OBRAS DE MOBILIDADE URBANA PARA COPA EM SALVADOR.

A mobilidade urbana em salvador é um problema crônico e com a confirmação de que Salvador sediaria a copa em 2014, houve esperança por parte da população de que obras pudessem livrar a cidade de tantos engarrafamentos e que houvesse melhorias em seu sistema de transportes, já que este é mal distribuído nos bairros e os veículos são antigos e carros.
Os gestores públicos não se entendem causando desconfiança na população de que tais providências sejam realmente concluídas. A obra mais esperada é a do metrô de salvador, que após 12 anos de iniciada, sua construção jamais chegou ao seu final.
A ideia do governo é colocar em operação o metrô, que não estará disponível na época da copa, construir novas linhas para BRT, o que resultaria em alívio para a paralela, e revitalizar os trens do Subúrbio. Porém as únicas obras referentes ao esforço da Copa em andamento são a ampliação do Aeroporto Internacional de Salvador e a reforma do porto da cidade.
 Pretende-se também implantar ciclovias em torno do estádio da Fonte Nova. Este projeto, seria entregue já para a Copa das Confederações e estaria também entre os planos de mobilidade como teste para a Copa do Mundo, integrando  aos outros sistemas já existentes.
 
 

Fontes: Portfólio Richardson Santos

 
 Por Zoraide Britto

COMPORTAMENTO NO TRÂNSITO


      O comportamento no trânsito  na qualidade de pedestre e de ciclistas, os usuários do espaço público sentem-se agredidos, inferiorizados e subordinados à lógica selvagem e agressiva do trânsito.No papel e na posição de pedestre e ciclista, o usuário tem sua sensibilidade despertada e aguçada para o estilo irracional e agressivo de dirigir. Primeiro porque está em geral só e sem a proteção do veículo que não lhe serve de couraça, armadura ou trincheira. Depois porque não tem nenhuma capacidade para revidar à altura de seus perseguidores e agressores. Finalmente porque, quando interage com os outros veículos, sabe que pode ser mais facilmente humilhado, agredido e, em última instância, vitimado. É justamente, portanto, quando está do lado de fora de algum veículo que os entrevistados revelam uma maior consciência dos padrões da irracionalidade competitivo-agressiva do trânsito. Com isso, tendem a acentuar o comportamento dos motoristas, deixando de lado a presença dos outros atores que também fazem parte do mesmo cenário e, diga-se de passagem, de seu próprio comportamento ilegal e malandro nesta paisagem tão dramaticamente marcada por toda sorte de riscos, trapaças e ilegalidades.

       A responsabilidade pelo que é avaliado como caos cabe aos motoristas, que, por desleixo dos órgãos competentes, e por conta de sua notória falta de educação, fazem o que bem entendem nas ruas da cidade, pondo em risco seus transeuntes.

      Por outro lado, o pedestre põe em risco a sua vida quando não tem paciência em esperar o sinal verde, ou de caminhar um pouco mais em direção a uma passarela, não hesita em dar um jeitinho, caminhando entre as levas sucessivas dos veículos em trânsito, ocupando paulatinamente espaços vazios e relativamente seguros, como ressaltos, calçadas no meio da avenida, ou se protegendo por trás de postes. No final da travessia, há o triunfo por ter mostrado aos panacas ou babacas que ainda estão esperando na calçada como é possível desafiar o sinal e sobreviver à fúria dos motoristas. O que para o observador é um risco, para ele é tempo ganho, demonstração de que sabe andar nas ruas de uma grande cidade, enfrentando com classe o movimento e, acima de tudo, o bom uso do tradicional jeitinho brasileiro, que nessas arriscadas travessias supera o você sabe com quem está falando? promovido pelos veículos motorizados. Inútil discutir se poderia existir um meio de aborda-los para lhe aplicar multas, como ocorre em outros países. Sua condição de pobreza legitima o abandono das leis e justifica até mesmo a criminalidade aberta e a malandragem estabelecida promoveria sérios conflitos caso se tentasse estabelecer uma punição.

     Quando, entretanto, esses indefesos pedestres e ciclistas se transformam em motoristas e tomam a direção de um carro de passeio, táxi, ônibus ou caminhão, a avaliação muda radicalmente. Identificando-se com o prestígio e o poder conferido pela máquina que dirigem, esses pobres pedestres transformam-se em pessoas motorizadas, ou supercidadãos. Esperam que, nos contextos igualitários do trânsito, sejam reconhecidos como gente de prestígio. Um prestígio que nem sempre desfrutam na sociedade. Agora, no comando do volante, eles se julgam isentos da obrigação de obedecer as normas do mundo público -  esse mundo que, no Brasil, até hoje toma a desobediência e a manipulação da lei como provas definitivas de superioridade social e política.
 
 
 Video:Pateta O Senhor Volante.flv
 
 
Fonte: Youtube
 
 Referência:
A casa e a rua – Roberto DaMatta
Fé em Deus e pé na tábua – Roberto DaMatta
Jornal a tarde – 13/05/2013