A acessibilidade universal pressupõe que veículos e infra-estrutura urbana sejam produzidos levando em conta toda a diversidade existentes e não apenas um modelo padrão de ser humano: não se pode excluir ou discriminar as pessoas por terem características físicas distintas desse padrão.
O Brasil avançou bastante neste aspecto legais, quantos aos direitos das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. É preciso que esse avanços se tornem realidade e beneficiem a todos.Para isso foram a provados as leis Nº . 10.048/00 e Nº . 10.048/00, e o decreto presidencial Nº. 5296/04,além da promulgação do decreto legislativo que aprova o texto da convenção da Organização das Nações Unidas( ONU)sobre os direitos da Pessoa com Deficiência e de seu protocolo facultativo. Com esses instrumentos , o ministério Publico e a sociedade podem exigir que o transporte público , as calçadas ,o acesso a prédios públicos,shopping, terminais ,pontos de paradas, etc. sejam acessíveis. Essa conquista atinge a todos e principalmente dá qualidade à mobilidade em geral, pois garante que os veículos e calçadas tenham a qualidade há muito reivindicada.
Programa de Educação para o Trânsito nas Escolas da
Educação Infantil ao 2º grau da Cidade de Salvador.
O projeto traz o assunto “trânsito” para a sala de
aula, através da formação de professores. O objetivo é formar agentes
multiplicadores, criando uma consciência em relação ao trânsito, através do
respeito aos direitos de ir e vir com segurança, contribuindo para que professores
alunos e seus familiares não venham a ser vítimas ou vitimadores da violência
no trânsito.
A proposta dos Parâmetros Curriculares abre espaço
para que este assunto seja trabalhado em todas as disciplinas e, sirva como
suporte para aprendizagem dos conteúdos específicos em consonância com a
formação e desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo. Assim, como prevê os
Parâmetros Curriculares, a Educação para o Trânsito trata de temáticas que
enfocam o desenvolvimento das potencialidades do indivíduo, tais como, àquelas
relacionadas com a capacidade cognitiva, física, afetiva, relação pessoal,
ética etc.
Transalvador - Superintendência de transito e transporte de Salvador.
Com uma frota superior a 700 mil veículos - número que cresce a cada dia-, Salvador está hoje literalmente " travada" em muitos trechos, com engarrafamentos em diversos pontos e horários do dia.
Isso acontece pelo comportamento individualista do ser humano, que opta em enfrentar o engarrafamento dentro do seu carro do seu mundo egoísta. Mas, há alguns cidadãos que contribuem para diminuir os engarrafamentos utilizando se de bike, rodízio de carro, buzu, paleta quando mora próximo. Tudo isso contribui para diminuir os engarrafamentos, já que o número de carros em circulação fica menor.
No dia 22 de setembro ,milhões de pessoas ao redor do mundo comemoram o dia mundial sem carro, num exercício de reflexão sobre a dependência e o uso irracional dos automóveis em nossa sociedade. As vantagens da troca são inúmeras: economia de dinheiro e combustível; menor desgaste do veiculo; maior conforto no trajeto( o tempo usado para dirigir pode ser usado para outra atividade, como ler, conversar, acessar o computador, telefonar com segurança etc.)
A mobilidade Urbana transcende a movimentação
de pessoas, bens e serviços onde o ponto forte da questão, está sendo discutida
entre os intelectuais e profissionais dos mais diversos segmentos que discorrem
sobre os problemas que o transito vêm acumulando e como à ética esta sendo
aplicada.E compreensível que, o aumento de frotas de
veículos, ruas esburacadas e transito intenso nos faz agir erroneamente ferindo
o direito de outrem, de certa forma pondo de lado o argumento do bom senso, que
vai além da capacidade de
discernir o certo do errado, mas sim de agir e interagir, obedecendo a certos
parâmetros da normalidade que são as leis de transito que auxiliam na aplicação
da ética e da sua mobilidade.
Mobilidade é convívio social: "De que
adiantarão ruas espaçosas, cruzamentos e vias sem congestionamentos, se a isso
não agregarmos atitude voltada ao deslocamento e movimentação sociabilizada”. O
cidadão precisa atuar em defesa do bem comum, e isso, que está ligando à ética
e a mobilidade.Movimentar
é uma necessidade de cada pessoa e isso deve ocorrer, de modo que todos os envolvidos
estejam satisfeitos, quanto a seus objetivos.
Então, e de direito que empresas
de bens e serviços, o cidadão, o estudante, o aposentado, enfim esses contingentestenha o direito de circular e de se mover e
sabemos que há uma grande dificuldade para se resolver essa questão e junto a
ela vêm insatisfação e a falta de ética
onde as condutas
inadequadas, incorretas e desrespeitosas tomaram conta desse segmento.Ética são
atitudes e posições cotidianas no sentido de respeito às regras. No
transito podemos citar como exemplo: comos os motoqueiros hoje são campeões na falta de ética no trânsito. Ultrapassam
indevida, atitudes violetas e o exibicionismo antiético. Outro exemplo de falta
de ética é a cidadão, observamos que na
condição de pedestre, o cidadão fica mas exposto em relação ao transito e a
urbanização, como por exemplo calçadas danificadas, sinalização adequada,
iluminação segurança etc.
Mas, mesmo os locais com sinalização os
pedestres temam em não seguir a lei, o bom senso e a ética e se arriscam em atravessar
em locais inapropriados. A faixa de pedestre e um refúgio que dá ao cidadão
segurança caso alguma eventualidade ocorra,sendo queo mesmo sejausado corretamente. Em alguns casos o pedestre não
respeita a sua própria condição de cidadão e que tem deveres a serem cumpridos perante
o próprio bem estar e a convivência social entre transito e mobilidade.
Proponho em deixarmos de lado o individualismo das grandes metrópoles e
voltarmos para o convívio social mais humano.
Se somarmos outras
fontes de financiamentos, os investimentos públicos em sistemas de ônibus
chegam a R$ 12,5 bilhões até 2016, o que exigirá participação do setor privado
da ordem de R$ 8,4 bilhões: R$ 6,3 bilhões em veículos especiais para BRT e
para operação em corredores; e R$ 2,1 bilhões em sistemas inteligentes de
transporte (ITS), controlados por GPS. Esses montantes aplicados nos sistemas
de ônibus urbanos, que há mais de duas décadas não eram contemplados com verbas
federais, deveram representar um verdadeiro salto de qualidade para os
serviços, o que contribuirá, sem dúvida, para a solução da crise de mobilidade
urbana que afeta nossas cidades.
Devido à falta de
investimentos na infraestrutura de transportes coletivos e do aumento
vertiginoso da frota de automóveis, aliado à ascensão social da população
brasileira, levou os usuários dos transportes coletivos a optar cada vez mais
pelo transporte individual, gerando um círculo vicioso com o aumento de
congestionamentos e queda de qualidade no atendimento ao cidadão.
Está claro que a
solução para a crise de mobilidade urbana passa obrigatoriamente pela
requalificação dos transportes públicos. A oferta de transporte coletivo
qualificado permitirá alcançar mudanças significativas na matriz modal de
viagens. Vontade política e a definição de um orçamento para o setor são os
primeiros passos para resolver esses problemas, causados por décadas de descaso.
Medidas simples, como priorizar o transporte coletivo no sistema viário,
aliadas à desoneração dos custos do transporte público, são capazes de
contribuir para superar a crise de mobilidade urbanadesestimulando assim o transporte individual.
As letras que compõem a sigla BRT são as
iniciais da nominação inglesa Bus Rapid Transit que, literalmente, significa:
ônibus que circula rapidamente. Numa tradução mais livre e oportuna, o BRT é um
sistema urbano de ônibus espaçosos, bi ou triarticulados, que trafegam em
corredores exclusivos e interligados. Trata-se, de fato, de uma moderna
modalidade de transporte de massa, em operação em mais de 120 grandes cidades
do planeta com resultados mais que satisfatórios e aprovação da população
usuária são veículos de grande capacidade, com 160 a 270 lugares, portas duplas
e largas à esquerda e direita. Além disso, a cobrança prévia da passagem é
feita em guichês externos. O BRT circula em canaletas e faz paradas em estações
com piso elevado, garantindo e facilitando o acesso a todos - inclusive
cadeirantes, idosos e crianças.
Tudo isso torna o BRT rápido, eficiente,
confortável e seguro. A opção pela implantação do BRT em
Salvador surgiu da necessidade de implantar um transporte de massa eficiente,
rápido e livre de engarrafamentos, graças às linhas exclusivase segregadas com barreiras físicas.Além disso, é um sistema que permite a
integração com ramais alimentadores operados por ônibus de menor porte.Diferentemente do metrô e outras tecnologias
importadas, o BRT não tem muito mistério, é uma tecnologia já testada e
aprovada e, o mais importante de tudo, de origem brasileira.
A mudança para um novo e eficiente
sistema de transporte urbano de alta capacidade é um salto para a modernidade,
um outro nível de conceito, de civilização, uma reciclagem de comportamento,
uma nova urbanidade. Uma cidade inserida no futuro, integrada ao século XXI. A
implantação do sistema BRT em Salvador e Regiãometropolitana é um salto significativo nesse sentido.
Benefícios do sistema:
Acessibilidade para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida;
Ônibus e estações climatizados, dando mais conforto aos usuários;
Menor tempo de viagem, eliminação dos engarrafamentos para veículos do sistema com as vias exclusivas de tráfego
Embarque e desembarque mais rápidos, Atração de novos passageiros com serviço de qualidade, o que provocará uma redução no uso de carros e motos, diminuindo a poluição.
Uso de ônibus articulados e biarticulados (160 a 270 lugares)
Logística Operacional com linhas Expressa, Semi-expressa e Paradora,segurança e conforto.
Enfim, percebemos que um eficiente sistema de transporte
de massa urbano melhora a qualidade de vida da cidade e dos cidadãos: causa
menos poluição, diminui o estresse diário. Transporte de qualidade e alta
capacidade significa melhor qualidade de vida urbana e mais saúde para
todos.
As condições de mobilidade
urbana no nosso país são precárias, pois não recebem atenção necessária do
poder público, e muito menos os seus devidos recursos para o transporte público
coletivo. Percebe-se que a política do país é arcaica, geram congestionamentos,
a falta de conservação e principalmente de reformas e construções nas vias
públicas geram prejuízos para nossas cidades, além de inviabilizar a circulação
das pessoas.
Então diante de todos os
fatos, o que é mobilidade urbana? Mobilidade urbana é a
facilidade de deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano, tanto por meios
motorizados ou não motorizados, ou seja, é a interação entre deslocamento de
pessoas e bens com a cidade.
Percebo que a situação do espaço público é crítico, nossas calçadas perderam espaço físico para os carros e
foram esquecidas como um meio de circulação de pessoas si tornando uma verdadeira
aventura utilizá-las, pois além da falta de conservação, grande parte delas foi
transformada em acessos para os automóveis, criando obstáculos aos pedestres,
principalmente para os deficientes físicos e visuais.
Nas grandes cidades, as
principais vias de transportes, estão congestionadas e redes de metrô e
ferrovia urbana muito abaixo da necessidade da população. A alegação que
investir em redes estruturadas de transporte coletivo é cara e nosso país não
tem condição de promover esses investimentos é falsa, pois a construção, além
de requalificar as cidades, transforma em mais eficientes e diminui a exclusão
social, dispõem de sistemas de transportes públicos compatíveis com as
necessidades das cidades e com a renda da população garante a movimentação das
pessoas de forma rápida e eficiente, permite que às empresas nelas instaladas
se tornem mais competitivas, formado um ciclo de desenvolvimento com geração de
emprego e renda, qualidade de vida e inclusão social.
A acessibilidade deve ser
garantida para toda a sociedade, sem qualquer tipo de discriminação, a
liberdade de ir e vir são direito garantido pela nossa Constituição Federal, é
o principio que norteia a mobilidade urbana e deve ser exercida com autonomia e
liberdade por todas as pessoas.
O cidadão Brasileiro seja
pedestre, ciclista, motociclista ou até mesmo carroceiro, tem uma dificuldade
atávica no que diz respeito a obedecer à lei. Tudo se passa como se, no Brasil,
não tivéssemos feito a necessária transição entre obedecer a pessoas e à lei, o
que configura coisas muito diversas. Deste modo, a atitude geral e, devemos acentuar
normal de todos os atores do trânsito, é a suposição de que os sinais e as
faixas podem, e devem ser num dado limite e com certo risco, contornadas e
evitadas, o que tem consequências geralmente fatais.
Em qualquer campanha seria
preciso indicar com força e precisão o papel da lei como elemento nivelador e não
hierarquizante, e o fato de que a lei não existe contra o cidadão a pé ou de
bicicleta, mas a seu favor. Sobretudo no trânsito. A dificuldade de lidar com
um mundo no qual ninguém sabe ou quer saber quem é o outro, que deve ser sempre
superior ou inferior, jamais um igual. O encontro complicado, um dilema
brasileiro, de um espaço público construído como igualitário, mas sobre o qual
condutores de veículos e pedestres atuam com expectativas hierárquicas. Um
palco desenhado para cidadãos que, entretanto, nele atuam como aristocratas.
Entre a visão popular, segundo a qual obedecer é sinal de inferioridade, e a
visão aristocrática ou de elite, para quem desobedecer é uma rotina que
define os superiores e mandões, reside a indecisão e a impunidade como valores
fundamentais do sistema.
No Brasil, dependendo do
sujeito, a lei entra em causa, colapso, suspensão e até mesmo esquecimento. O
vamos ver é a dúvida do resultado final, qual seja: se o sujeito (por seu
capital político ou social – exemplo: Thor batista, filho do bilionário eike
batista, que em alta velocidade matou um ciclista e “não deu em nada”, Edmundo,
que alcoolizado e em alta velocidade, matou 3 e feriu outras 3 pessoas. Foi
condenado, porém não cumpriu sentença –) vai englobar ou subordinar a lei
em sua pessoa ou se vai ocorrer o contrário. Se foi um sujeito comum (isto é,
uma pessoa sem amigos ou relações), temos uma expectativa; se foi um amigo do
presidente da República, falamos o tal vamos ver para logo depois concluir o
mais desanimador e conhecido: não vai dar em nada. Não há brasileiro que
não sabia que, na vida pública nacional, é possível se negar qualquer coisa,
menos um pedido de um amigo.
A solução pela
severidade da lei, a resolução pela punição – rigorosa – dos infratores; o
aumento das penas, a cassação da licença para dirigir etc. Tais fatores são
importantes, mas todos os psicólogos que trabalharam a questão da obediência à
lei verificaram que um dos elementos indispensáveis ao seu cumprimento não é o
código em si, mas a sua aplicabilidade.
O Brasileiro abre a mão da obediência
usando o conhecido argumento do se eu não fizer outro vai fazer; ou do se todos
fazem, por que eu vou seguir a regra?, com as consequências que todos
conhecemos. Além de ser rigoroso e ter regras firmes e multas pesadas, o Estado
precisa divulgar as normas e discuti-las com a população para que os usuários
as conheçam e assimilem. Isso requer um programa de educação para o trânsito
que conscientize os condutores, fazendo com que o motorista seja consciente de
suas responsabilidades, mas que também recicle o condutor e o obrigue a voltar
ao Detran. Enfim, um programa que aumente o respeito dos motoristas para com os
pedestres e que inclua o ensino da educação no trânsito já no nível
pré-escolar.
Ser cidadão é algo que se
aprende, e é algo demarcado por expectativas de comportamento singulares. No
papel de cidadão, portanto, aprendo que devo ser universal e tenho de abandonar
as complementaridades, contrastes e gradações que são elementos cruciais na
definição de status social. Deixo de ser uma jovem universitária, deixo de ter
um nome de família e uma cor; deixo de ser natural de um dado local geográfico
e de ter determinada profissão. Acabo também com minhas predileções e
singularidades para me tornar uma entidade geral, universal e abstrata, dotada
de igualdade e dignidade. O papel social de indivíduo é uma identidade social e
de caráter nivelador e igualitário. Essa seria sua característica ideal e
normativa, de modo que, como cidadão, eu só clamo direitos iguais aos de todos
os outros cidadãos.
Ocorre que, no Brasil, a
noção de cidadania sofre uma espécie de desvio, seja para baixo, seja para
cima, que a impede de assumir integralmente seu significado político
universalista e nivelador. Os processos históricos e culturais revelam um
estado colonial que não operava a partir de agentes privados, mas de
instituições e leis que ele mesmo criava como seus instrumentos de progresso,
mudança e controle. Trata-se de um modo de organização burocrática, onde o todo
predomina sempre sobre as partes e a hierarquia é fundamental para a definição
do papel das instituições e dos indivíduos. Isso explicaria certamente o
chamado “individualismo” brasileiro e latino-americano como uma modalidade de
reação às leis do Estado colonizador, em oposição ao individualismo
norte-americano, que é o criador de leis.
No Brasil, por contraste, a
comunidade é necessariamente heterogênea, complementar e hierarquizada. Sua
unidade básica não está baseada em indivíduos (ou cidadãos), mas em relações e
pessoas, famílias e grupos de parentes e amigos.
O cidadão é uma entidade que
está sujeita à lei, ao passo que a família e as teias de amizade, as redes de
relações, que são altamente formalizadas política, ideológica e socialmente,
são entidades rigorosamente fora da lei. Um milagre brasileiro permanente é,
sem dúvida, o fato de que não há reflexão social sistemática sobre essas teias
de amizade e solidariedade que, no mundo político, são a substância do
noticiário político e dos comentários sociais dos chamados “colunistas”. Ou
seja, não se acredita que a sociedade brasileira seja um sistema marcado por
redes de relações pessoais que atuam de modo altamente formalizado e de modo
instrumental, sem qualquer referência direta à posição econômica ou à convicção
ideológica.
A mobilidade urbana em salvador é um problema crônico e com a confirmação de que Salvador sediaria a copa em 2014, houve esperança por parte da população de que obras pudessem livrar a cidade de tantos engarrafamentos e que houvesse melhorias em seu sistema de transportes, já que este é mal distribuído nos bairros e os veículos são antigos e carros.
Os gestores públicos não se entendem causando desconfiança na população de que tais providências sejam realmente concluídas. A obra mais esperada é a do metrô de salvador, que após 12 anos de iniciada, sua construção jamais chegou ao seu final.
A ideia do governo é colocar em operação o metrô, que não estará disponível na época da copa, construir novas linhas para BRT, o que resultaria em alívio para a paralela, e revitalizar os trens do Subúrbio. Porém as únicas obras referentes ao esforço da Copa em andamento são a ampliação do Aeroporto Internacional de Salvador e a reforma do porto da cidade.
Pretende-se também implantar ciclovias em torno do estádio da Fonte Nova. Este projeto, seria entregue já para a Copa das Confederações e estaria também entre os planos de mobilidade como teste para a Copa do Mundo, integrando aos outros sistemas já existentes.
O comportamento no trânsito na qualidade de pedestre e de
ciclistas, os usuários do espaço público sentem-se agredidos, inferiorizados e
subordinados à lógica selvagem e agressiva do trânsito.No papel e na
posição de pedestre e ciclista, o usuário tem sua sensibilidade despertada e
aguçada para o estilo irracional e agressivo de dirigir. Primeiro porque está
em geral só e sem a proteção do veículo que não lhe serve de couraça, armadura
ou trincheira. Depois porque não tem nenhuma capacidade para revidar à altura
de seus perseguidores e agressores. Finalmente porque, quando interage com os
outros veículos, sabe que pode ser mais facilmente humilhado, agredido e, em
última instância, vitimado. É justamente, portanto, quando está do lado de fora
de algum veículo que os entrevistados revelam uma maior consciência dos padrões
da irracionalidade competitivo-agressiva do trânsito. Com isso, tendem a
acentuar o comportamento dos motoristas, deixando de lado a presença dos outros
atores que também fazem parte do mesmo cenário e, diga-se de passagem, de seu
próprio comportamento ilegal e malandro nesta paisagem tão dramaticamente
marcada por toda sorte de riscos, trapaças e ilegalidades.
A responsabilidade
pelo que é avaliado como caos cabe aos motoristas, que, por desleixo dos órgãos
competentes, e por conta de sua notória falta de educação, fazem o que bem
entendem nas ruas da cidade, pondo em risco seus transeuntes.
Por outro lado, o pedestre põe em risco a sua vida
quando não tem paciência em esperar o sinal verde, ou de caminhar um pouco mais
em direção a uma passarela, não hesita em dar um jeitinho, caminhando entre as
levas sucessivas dos veículos em trânsito, ocupando paulatinamente espaços
vazios e relativamente seguros, como ressaltos, calçadas no meio da avenida, ou
se protegendo por trás de postes. No final da travessia, há o triunfo por ter
mostrado aos panacas ou babacas que ainda estão esperando na calçada como é
possível desafiar o sinal e sobreviver à fúria dos motoristas. O que para o
observador é um risco, para ele é tempo ganho, demonstração de que sabe andar
nas ruas de uma grande cidade, enfrentando com classe o movimento e, acima de
tudo, o bom uso do tradicional jeitinho brasileiro, que nessas arriscadas
travessias supera o você sabe com quem está falando? promovido pelos veículos
motorizados. Inútil discutir se poderia existir um meio de aborda-los para lhe
aplicar multas, como ocorre em outros países. Sua condição de pobreza legitima
o abandono das leis e justifica até mesmo a criminalidade aberta e a
malandragem estabelecida promoveria sérios conflitos caso se tentasse
estabelecer uma punição.
Quando, entretanto, esses indefesos pedestres e ciclistas
se transformam em motoristas e tomam a direção de um carro de passeio, táxi,
ônibus ou caminhão, a avaliação muda radicalmente. Identificando-se com o
prestígio e o poder conferido pela máquina que dirigem, esses pobres pedestres
transformam-se em pessoas motorizadas, ou supercidadãos. Esperam que, nos
contextos igualitários do trânsito, sejam reconhecidos como gente de prestígio.
Um prestígio que nem sempre desfrutam na sociedade. Agora, no comando do
volante, eles se julgam isentos da obrigação de obedecer as normas do mundo
público - esse mundo que, no Brasil, até hoje toma a desobediência e a
manipulação da lei como provas definitivas de superioridade social e política.
Video:Pateta O Senhor Volante.flv
Fonte: Youtube
Referência:
A casa e a rua – Roberto DaMatta
Fé em Deus e pé na tábua – Roberto DaMatta
Jornal a tarde – 13/05/2013